Fases da Vida
Eu acredito que eu não possa falar algo muito adulto, porque eu ainda sou adolescente e eu também não entendo a minha mãe; e mais que tudo nessa vida eu não entendo meu pai.
Eu não sei se eles aprovam tudo o que faço ou o que eu não faço, mas eu tenho a ideia de que quando crescemos passamos a perceber o que é certo ou errado; o que é bom ou ruim; o que pode ou não fazer mal... e então vemos que a razão estava toda no ser que nos criou desde pequenos e que nos deu a mão para atravessar a rua.
Porque se aquela mulher nos agüentou na barriga nove meses, ela deve ter um ótimo motivo, um motivo enorme. Ela nos transforma, dá razão à vida, não importa para onde vamos, o que falamos...ela sempre vai derramar lágrimas por nós.
Na só ela como ele, aquele cara olhando atravessado para você da porta da cozinha... você lá, mexendo na carteira dele, bastou um olhar e você entendeu...e parou!
Realmente, duas figuras enormes, lindas, imortais e exemplares na sua vida.
Praticamente dois gigantes.
Eu tenho apenas treze anos de idade, mas já fiz coisas que minha mãe disse para eu não fazer. Eu me arrependo até hoje e se eu pudesse eu faria de tudo para consertar aqueles erros. Eu voltaria aos meus cinco anos e daria outro abraço enorme no meu pai...o tempo passou e hoje eu não posso fazer isso.
Eu não posso não por culpa minha, mas por culpa dele...o homem que sorriu quando eu nasci e disse que eu era uma bênção. Para fugir de certos problemas, algumas pessoas seguem para caminhos de redenção. Não foi diferente com ele.
E um dia, eu perguntei para ele: “Porque fugir dos problemas ao invés de resolvê-los?”; ele me disse que tinha consciência de que estava errado, mas não tinha coragem para olhar aquela antiga vida, aquelas antigas pessoas, que com certeza ele machucou muito quando as deixou.
E hoje tenho certeza de que ele não tem a mínima noção da falta que ele faz para essas pessoas...da falta que ele faz para mim.
Por mais difícil que seja o fato de olhar para trás e dar de cara com todos os erros, com todos os fracassos, eu espero muito que um dia eu possa abraçá-lo. Um abraço forte com a mesma intensidade do abraço dos cinco anos de idade.
Mas, no momento, devo lembrar que a vida toda são fases. E enquanto não chega alguma máquina do tempo, eu tenho que aproveitar cada minuto, pensar bem, para não me arrepender no futuro.
Eu só sei que eu amo muito os meus pais e eles são pessoas extremamente grandes na minha vida.
Paola C. de Freitas – 8ª 01
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